Quando se fala em uma refeição harmonizada, logo pensamos em algo sofisticado, um evento. Mas não precisa ser assim. Basta cuidado e um pouquinho de planejamento para que possamos dar um upgrade nas refeiçoes do dia-a-dia.
Ontem foi um exemplo. Quarta feira, jogo do Corinthians, queria jantar algo leve e estava com vontade de tomar um vinho.
Optei por uma torta de espinafre e uma saladinha de folhas. Como estava frio, não me animei com vinhos brancos, que seriam minha primeira opção diante deste prato. Precisava de um tinto leve e fresco e meu budged não permitia um Borgonha.
Escolhi um Pinot Noir Uruguaio da vinícola Don Pascual, um grande produtor daquele pais, cujos vinhos nunca me decepcionaram. É importante registrar que não se deve esperar um resultado fenomenal das uvas Pinot Noir fora da Borgonha, sendo que a única região que se aproxima em microclima é a Marlborough na Nova Zelândia. Ajustadas as espectativas:
Olhos: Rubi mais intenso que o esperado para essa casta.
Nariz: Frutado (cereja), adocicado mas elegante. Um toque herbal. Um pouco de álcool no começo. mas logo se dissipou.
Boca: Boa acidez, corpo médio, frutado, taninos presentes mas discretos. Um vinho equilibrado, fácil de beber, porém sem complexidade.
Harmonização: com a torta o casamento foi ótimo, pois sua acidez e taninos se equilibraram muito bem com a leve untuosidade da torta, trazendo uma agradável experiência. Com a salada houve um certo conflito com a acidez do tempero. Acredito que a substituição por um molho de iogurte favoreceria a harmonização.
Indico esse vinho tranquilamente, desde que a expectativa esteja adequada. Um vinho simples, barato, mas muito honesto e equilibrado.
Até mais,
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