segunda-feira, 24 de março de 2014

A queda do dogma da taça de espumante


A algum tempo o uso da taça flute para vinhos espumantes tem sido questionado. Como em diversas áreas, existem sempre os mais convictos e apaixonados que defendem seus pontos de vista com unhas e dentes, o que gera discussões acaloradas entre os enófilos.

Depois de refletir e, principalmente, degustar, resolvi dar meu pitaco. Não quero convencer ninguém, nem pretendo entrar em debates. Essa é apenas a opinião de um apaixonado por vinhos, como muitos outros.

Sempre indiquei, em meus posts, o uso da taça flute para os espumantes, por 2 motivos principais, ou a intersecção entre eles. A possibilidade de se observar e apreciar o perlage, com uma quantidade tal de vinho na taça, que o consumo é mais rápido que o aquecimento excessivo da bebida.

Entretanto, a questão da deficiência da Flute no quesito olfativo nunca foi abordada. Até agora.

O design da taça Flute dificulta a analise olfativa de 2 maneiras: Primeiro pelo pequeno diâmetro da “boca” da taça, que faz com que o nariz não caiba em seu interior e que as moléculas de aroma se percam antes de atingi-lo. Depois pelo fato da quantidade servida fazer com que as bolhinhas de gás carbônico “estourem” muito próximo às narinas interferindo na analise.

Na minha humilde opinião, as características olfativas são essenciais para a melhor apreciação dos vinhos, sejam eles espumantes ou tranquilos, portanto uma taça que favoreça isso será, sem duvida, a minha escolha.

Tenho degustado meus espumantes em taça de vinho branco, e tenho sido muito feliz. Tenho alcançado muito mais prazer, principalmente nos espumantes de aroma mais complexo.

Não posso negar o caráter festivo dos espumantes e a beleza e até praticidade da taça Flute, mas convoco meus amigos enófilos a tentar taças diferentes. Certamente irão sentir diferença.



Saúde!!

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